sábado, agosto 31, 2013

Um filme que promete muito sucesso



Um dos grandes exercícios de quem é apaixonado pela história do Rio de Janeiro é imaginar, com o pouco que resta da arquitetura do passado, como era exatamente a cidade antes dos seus primeiros registros fotográficos. O cinema e a TV já cansaram de tentar reproduzir cenários do século XIX, mas usando locações criadas especialmente para as produções ou rodando em Paraty. 

Só que o cineasta Ricardo Nauemberg queria para o filme “O inventor de sonhos”, que estreia nas telonas em outubro, uma quase precisão histórica. Após uma profunda pesquisa em documentos de época, o Rio da chegada da Corte, em 1808, acabou ganhando vida em três dimensões: a equipe do filme conseguiu, por meio da computação gráfica, reconstituir as construções e dar movimento a personagens da cidade do chamado período joanino, que vai até 1821, quando dom João VI retorna a Portugal.

Para quem já assistiu ao trailer da produção, é como se as imagens e figuras presentes nos quadros de Jean-Baptiste Debret, Eduard Hildebrandt e Thomas Ender, que retrataram o Rio colonial, fossem, na verdade, criações para o cinema. Um detalhe curioso dos takes com efeitos especiais é que a cidade tem um tom ocre, que seria a cor que predominava no Rio. Todas as tomadas em 3D são em plano aberto, a partir do alto, e dão continuidade às cenas filmadas com atores nas ruas de Paraty. Até o personagem principal, o garoto Zé Trazimundo, um mulato interpretado pelo ator Icaro Silva, ganhou sua versão gráfica.

- Nosso primeiro passo foi o de pesquisa das pinturas, que acabou definindo depois as cores do filme. As pinturas daquela época são amareladas, porque você não tinha nas ruas do Rio calçamento: o sol batia na poeira e refletia amarelado. O Rio era dourado - explica Nauemberg. - O segundo passo foi a pesquisa dos mapas na Biblioteca Nacional. Havia o Morro da Carioca, o Morro do Castelo, muitas construções na área do Porto. São coisas que você não percebe quando assiste, mas que no filme foram tratadas com rigor.

De tão próxima ao Rio pintado pelos viajantes europeus, a produção virou também uma pesquisa sobre a pintura, como defende Nauemberg. “O inventor de sonhos” conta a saga de Trazimundo, uma espécie de Forrest Gump, pois transita por diferentes fatos históricos. O desembarque da família real, o funeral de dona Maria I, revoltas e conquistas de negros e abolicionistas servem como pano de fundo para a narrativa principal, que é a busca de Trazimundo por seu pai europeu, que ele acredita chegar com a Corte.

Os detalhes são uma marca do filme: mesmo os “figurantes digitais” ganharam roupas verdadeiramente da época no Rio, “meio puídas”, segundo o diretor. Nas cenas em computação gráfica, também não foi esquecida a sujeira que já tomava as ruas da cidade...

Um dos animadores, Roberto Maia, do Aevo Studio, lembra que para a chegada da Corte foi recriada digitalmente uma multidão de 30 mil figurantes:

- Há pessoas levando carroças e cavalos para o Porto, nobres, escravos correndo, outros carregando sacos com dificuldade, mulheres, crianças... Cada um aparece fazendo uma coisa diferente, com trejeitos diferentes.

Na cena inicial, da chegada dos portugueses, as caravelas das pinturas balançam no mar da Baía de Guanabara. A visão é a do Rio colonial, espremido entre morros, com as torres das igrejas e as casinhas brancas sujas de lama. O trabalho de computação gráfica foi desenvolvido por dez artistas. 

Em www.oinventordesonhos.com, há informações sobre técnicas, personagens e histórias contadas no filme.


sábado, agosto 03, 2013

História da palavra Caralho



O que significa a palavra Caralho?

Segundo a Academia Portuguesa de Letras, "Caralho" é a palavra com que se denominava a pequena cesta que se encontrava no alto dos mastros das caravelas, de onde os vigias prescrutavam o horizonte em busca de sinais de terra.

O Caralho, dada a sua situação numa área de muita instabilidade (no alto do mastro) era onde se manifestava com maior intensidade o rolamento ou movimento lateral de um barco. Também era considerado um lugar de "castigo" para aqueles marinheiros que cometiam alguma infração a bordo.

O castigado era enviado para cumprir horas e até dias inteiros no Caralho e quando descia ficava tão enjoado que se mantinha tranquilo por um bom par de dias. Daí surgiu a expressão: "Mandar pro Caralho"

Hoje em dia, Caralho é a palavra que define toda a gama de sentimentos humanos e todos os estados de ânimo. Ao apreciarmos algo de nosso agrado, costumamos dizer: “Isto é bom pra Caralho”

Se alguém fala conosco e não entendemos, perguntamos: 
Mas que Caralho é que estás a dizer?

Se nos aborrecemos com alguém ou algo, mandamo-lo pro Caralho. Se algo não nos interessa dizemos: Não quero saber nem pelo Caralho. 

Se, pelo contrário, algo chama a nossa atenção, então dizemos: Isso me interessa pra Caralho.

Também são comuns as expressões: Essa mulher é boa pra Caralho (definindo a beleza); 

Essa gaja é feia pra Caralho (definindo a feiura); 

Esse filme é velho pra Caralho (definindo a idade); 

Essa mulher mora longe pra Caralho (definindo a distancia). 

Enfim, não há nada que não se possa definir, explicar ou enfatizar sem juntar um “Caralho”.

Se a forma de proceder de uma pessoa nos causa admiração dizemos: "Este tipo é do Caralho"

Se um comerciante está deprimido pela situação do seu negócio, exclama: “Estamos a ir pro Caralho”.

Se encontramos um amigo que há muito não víamos, dizemos: Porra, por onde Caralho tens andado?

É por isso que lhe envio este cumprimento do Caralho e espero que o seu conteúdo lhe agrade pra Caralho, desejando que as suas metas e objetivos se cumpram, e que a sua vida, agora e sempre, seja boa pra Caralho. 

A partir deste momento poderemos dizer "Caralho", ou mandar alguém pro "Caralho" com um pouco mais de cultura e autoridade acadêmica.

Envie esta mensagem para alguém que você goste pra “Caralho”. E tenha um dia feliz! “Um dia do Caralho”.

Mais informações em: 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Caralho