terça-feira, agosto 24, 2010

56 anos da morte de Getúlio Vargas!

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Getúlio Vargas, falecido em 24 de agosto de 1954, foi o maior dos estadistas brasileiros. Foi também o mais amado pelo povo e o mais odiado pelas elites. Obrigou nosso empresariado urbano de descendentes de senhores de escravos a reconhecer os direitos dos trabalhadores. De modo que os politicos tradicionais, autores da velha ordem que foram banidos por ele do cenário político, nunca o perdoaram. Para mim, Getúlio Vargas foi um grande homem. Pena que as elites do nosso país tentaram criar uma imagem distorcida dele.

Não podemos esquecer de seus fiéis seguidores, Leonel Brizola e o grande Darcy Ribeiro.

Vejam aqui um Vídeo de 7 minutos (Carta Testamento) e outro de 1 minuto (Produzido pela Imprensa Nacional sobre a morte de Getúlio Vargas).
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domingo, agosto 22, 2010

O Imperador do Café

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Folheando as páginas da Revista de História da Biblioteca Nacional, edição de junho de 2007, encontrei este excelente artigo de Aloysio Clemente Breves Beiler que conta a trajetória de Joaquim José de Souza Breves, um dos maiores proprietários de fazendas e escravos do Brasil e que durante muito tempo foi considerado o brasileiro mais rico do século XIX.

"Em 30 de setembro de 1889, pouco mais de um ano após a Abolição, morria na sua Fazenda de São Joaquim da Grama, em Rio Claro, no Rio de Janeiro, o comendador Joaquim José de Souza Breves, conhecido como o "rei do café" no Brasil Imperial. Ele foi, sem dúvida, o maior proprietário de escravos e terras do século XIX, chegando a ter mais de seis mil cativos. Nascido em fevereiro de 1804 na Fazenda Mangalarga, em Piraí, RJ, era filho do capitão-mor José de Souza Breves, e acumulou fortuna somando a compra de fazendas à herança dos pais e ao casamento com sua sobrinha Maria Isabel de Moraes Breves, filha dos barões do Piraí. No seu inventário, aberto em 1891, constavam mais de 100 propriedades: 72 fazendas, imóveis nas cidades e na capital, ilhas e embarcações. Se tivesse falecido antes da Lei Áurea e se computássemos o valor da escravaria, sua fortuna chegaria a somas extraordinárias, mesmo para os padrões atuais de riqueza.

Breves não acreditava na Abolição. Continuou comprando escravos após a proibição do tráfico negreiro, em 1850, e mesmo depois do 13 de maio tirou o velho relho (chicote) da parede e deu uma surra numa escrava chamada Basília, que tinha "emburrado" e não queria voltar ao trabalho. O contínuo tráfico de escravos, destinados às suas muitas fazendas, rendeu-lhe inclusive um processo: o chamado "caso Bracuí", que movimentou a Corte e envolveu outro grande cafeicultor, Manoel de Aguiar Vallim, de Bananal, São Paulo. Em janeiro de 1852, fora confirmado o desembarque ilegal de africanos em Bracuí, Angra dos Reis, RJ, em terras pertencentes aos Breves, mais precisamente na Fazenda Santa Rita, de propriedade do irmão de Joaquim Breves. Aberto um inquérito, Breves e Vallim foram levados a júri em Angra dos Reis. E inocentados.

Além de potentado do café, Breves foi testemunha ocular da História. Aos 18 anos, ele acompanhava o príncipe D. Pedro na jornada do Ipiranga, tendo o privilégio de assistir à cena do grito da Independência. Foi o último sobrevivente do episódio, que rememorava entusiasmado na velhice, dizendo que a indisposição e o mau humor de D. Pedro no dia 7 de setembro de 1822 se deviam em grande parte a uma feijoada que comera na véspera. Mais tarde, Breves receberia, pela sua fidelidade ao monarca, o título de Comendador da Ordem da Rosa, em 15 de agosto de 1830, iniciando aí uma carreira política. Com a abdicação de Pedro I, tomou posição antagônica ao governo, passando de colaborador a opositor.

Por causa da fortuna em café, escravos e terras, Breves se tornou um político influente, tendo sido presidente da Câmara de São João do Príncipe, eleito e reeleito juiz de paz e vereador, e deputado, em duas legislaturas, na Câmara Provincial. Em 1842, o ministério liberal demitido por Pedro II foi substituído pelo ministério conservador, trazendo grande insatisfação para os liberais e provocando em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro levantes contra o governo central. Entre os líderes do movimento no Rio de Janeiro estava Joaquim José de Souza Breves. Entretanto, apesar de pertencer ao Partido Liberal, jamais atacou seus parentes: seu sogro, o barão do Piraí, e seu cunhado, Lima e Silva (irmão do duque de Caxias), eram líderes conservadores."

Quer saber mais sobre o assunto? Clique nos links:
http://revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=671&pagina=2
http://revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=671&pagina=3

Veja também aqui a página do autor:
http://www.valedoparaiba.com/terragente/artigos/As_ruinas.html
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quinta-feira, agosto 12, 2010

Um encontro inesquecível

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Dezembro de 2009
Casa de Ciência (UFRJ)
Botafogo - Rio de Janeiro - RJ - Brasil

Lembro com muito carinho deste I Encontro Nacional de Divulgação de História e Ciências Sociais promovido pela Revista de História da Biblioteca Nacional. Eu estou no centro da foto, junto com a Francisca, o Bruno Leal Maia, criador do Café História e vários outros amigos do Café. Foi um encontro inesquecível e que merece ficar registrado na História. Meus parabéns a todos que participaram! Veja aqui um post que eu fiz na época sobre o evento.
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domingo, agosto 08, 2010

Um velho vício no Brasil

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Para um grupo que está há muito tempo instalado no poder, é difícil largar as tetas do governo. Este foi o caso dos políticos derrubados pela Revolução de 1930.

Desde o final do século XIX, a Presidência da República era ocupada segundo um acordo entre as elites políticas e econômicas regionais, era a chamada política dos governadores.
O movimento que levou Getúlio Vargas ao Palácio do Catete acabou pegando muita gente de surpresa.

Um diretor da Central do Brasil, empresa ferroviária estatal, foi preso no município de Barra Mansa (RJ) tentando fugir. E o funcionário não estava totalmente desprevenido: o sujeito carregava consigo oito mil contos de réis do erário público.


Estamos em época de eleições. Qualquer semelhança com os dias atuais é mera coincidência. Ou não?

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