sábado, maio 16, 2009

O celibato na Igreja Católica começou 1073 anos depois de Cristo

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Nesses tempos em que muito se discute o celibato entre os padres. Leiam alguns trechos do artigo do escritor Tomás Eloy Martinez, publicado no jornal La Nacion de 09/05/2009 e deixem aqui os seus comentários.

1. A maioria dos católicos ignora que aos sacerdotes e bispos não era proibido o matrimônio durante os primeiros dez séculos da vida cristã. Além de São Pedro, outros seis papas viveram em matrimônio. Até o Concilio de Elvira, que o proibiu no ano 306, um sacerdote podia inclusive dormir com sua esposa na noite anterior a celebrar a missa. Isso começou a mudar dezenove anos mais tarde, quando o Concilio de Nicea estabeleceu que, uma vez ordenados, os sacerdotes não podiam mais casar-se.

2. Em 1073, Gregorio VII impôs o celibato. Definiu-se que o matrimônio dos sacerdotes era herético, porque os distraía do serviço ao Senhor e contrariava o exemplo de Cristo. Dezenas de historiadores supõem que a decisão de impor o celibato foi também um meio para evitar que os bens dos bispos e sacerdotes casados fossem herdados por seus filhos e viúvas em vez de beneficiar à Igreja. Em 1123 o Concilio de Letrán decretou a invalidade do matrimônio dos clérigos e, dezesseis anos mais tarde, o segundo Concilio de Letrán confirmou.

3. Quando o Concilio de Trento fixou a excelência do celibato sobre o matrimônio, fez doutrina das palavras com que São Gregorio Magno havia condenado o desejo sexual durante seu papado, no século VI. Só a Igreja Oriental adjunta a Roma, admite sacerdotes casados, mas deve haver contraído matrimônio antes da ordenação e nunca chegarão a bispos.
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quinta-feira, maio 07, 2009

Uma roupa essencial

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A partir de hoje irei postar sobre algumas curiosidades históricas. Noto que é uma coisa que os alunos gostam muito durante as minhas aulas de História. Irei começar falando sobre a Calça Jeans.
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Criado para vestir trabalhadores durante o século XIX, o jeans virou instrumento de protesto de jovens durante os anos 50, e por muito tempo sua entrada era proibida em diversos lugares públicos nos Estados Unidos. Aos poucos, contudo, a sociedade foi se acostumando, e, nos anos 70, o jeans já tinha presença garantida em guarda-roupas do mundo todo.

Tudo começou em meados do século XIX, nos Estados Unidos, quando os imigrantes Levi Strauss (da Alemanha) e Jacob Davis (da Letônia) resolveram transformar em roupa a lona que era usada na cobertura de barracas. Segundo o livro Dicionário da Moda, de Marco Sabino, foi assim que nasceram as primeiras calças jeans - que no início foram adotadas pelos mineradores do Oeste americano e eram de cor marrom. Foi de Davis a idéia de colocar rebites de cobres para reforçar as calças que fabricava, usando tecido fornecido pelo comerciante Levi Strauss. Strauss foi quem registrou a invenção da peça que, logo, começou a ser produzida com brim azul, sob a marca Levi's. Em 1890, a Levi's criou seu modelo mais famoso, a calça 501.

O nome "jeans" passou a ser usado na década de 1940, nos Estados Unidos, para designar calças de brim índigo blue, que nesse momento já dava os primeiros passos para virar uniforme da juventude. O termo é uma corruptela do francês Gênes (Gênova), cidade portuária italiana onde os marinheiros usavam calças de sarja grossa proveniente de Nîmes - outro nome que sofreu alteração para dar origem ao termo denim, que virou sinônimo de tecido para fazer calça jeans.

Na década de 1950, o jeans era usado pela juventude rebelde americana, influenciando o mundo todo. A produção estava a cargo das marcas Lee e Wrangler, além da Levi's. No Brasil, a São Paulo Alpargatas foi a pioneira a fabricar as chamadas calças de brim Far-West, uma versão do jeans americano.

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